A imagem não saiu da minha mente desde que abri os sites de notícias para conferir os acontecimentos desta quarta-feira, 2 de setembro, nesta tarde de céu nublado em Barcelona. A foto do corpo de uma criança síria, que morreu em mais um naufrágio de embarcações de refugiados que tentam chegar a Europa através do Mediterrâneo, é estarrecedora.
A criança estava em um de dois barcos que partiram com refugiados, separadamente, de Akyarlar, próximo da península turca de Bodrum. A embarcação frágil que levava o menino afundou e estima-se que 12 pessoas morreram, entre elas uma mulher e cinco crianças. Sete pessoas foram salvas e duas estão desaparecidas, sem muitas chances de serem encontradas com vida.
As imagens do seu pequeno corpo na praia, de barriga para baixo, já correram o mundo, nas manchetes dos jornais online e nas redes sociais, e causam comoção, indiganação, sentimento de impotência.
Em um instante, tornaram-se as fotografias mais partilhadas com a hashtag KiyiyaVuranInsanlik — o naufrágio da humanidade. O que é a mais pura verdade! Naufrágio da humanidade que causa muita vergonha!
O destino das duas embarcações, com um total de 23 pessoas, era a ilha grega de Kos, no outro lado do Mediterrâneo. Ali, as autoridades disseram estar convencidas de que os mortos são sírios, oriundos de uma zona controlada pelo Estado Islâmico.
Kos tornou-se um ímã para milhares de pessoas que arriscam a vida para chegar à União Europeia, fugindo de guerras, conflitos e perseguições. Também outras ilhas gregas os recebem: nesta quarta-feira, 2500 refugiados, provavelmente também sírios (segundo a polícia), chegaram a Lesbos, dentro de 60 botes e outras embarcações frágeis.
Os números oficiais dizem que só neste verão europeu morreram 2500 pessoas no Mediterrâneo que tentavam encontrar uma vida melhor na Europa. Onde os líderes políticos fazem reuniões e mais reuniões para discutir o tema, sem resultar em ações concretas.
Não resta dúvida de que este é um drama humanitário sem precedentes, para o qual é preciso encontrar saídas. Um total de 107.500 pessoas — da Síria, Afeganistão, Eritreia, Iraque e Sudão do Sul — atravessaram o Mediterrâneo para alcançar a Europa, em julho de 2015, segundo a Agência Europeia de Controle Fronteiriço (Frontex). Número que é o triplo do 2014. E Calcula-se que 30 mil pessoas tenham perdido a vida neste intento, segundo cálculos da Organização Internacional das Migrações.
Diante de tamanha tragédia, o que fazer? Esta é a pergunta que mais incomoda a Europa e o mundo neste momento.
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FOTOS: NILUFER DEMIR/DHA/REUTERS
>Do NE10
>Via Dep. de Jorn. da Orobó FM, (Eraldo Albuquerque -Orobó; Quarta, 02 de Setembro de 2015 -20h45m)
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