Os relatos são parecidos: motoristas mulheres, nos horários de pico no trânsito, são abordadas por adolescentes na Avenida Agamenon Magalhães. Quase sempre com sacos de pipoca na mão, como se estivessem vendendo no semáforo, eles chegam em pequenos grupos e fazem uma abordagem violenta. Batem com força nos vidros do carro, xingam e exigem aliança, celular, carteira. Mostram um revólver.
A abordagem não é nova. Acontece desde o ano passado, mas ainda faz muitas vítimas na avenida. Na segunda-feira passada, a fonoaudióloga Marília Nepomuceno foi assaltada por um grupo de adolescentes na altura do restaurante Spettus, após o Derby. “Eu vi quando um menino, que não devia ter nem 14 anos e carregava uns sacos de pipoca, olhou para mim. Depois, veio ele e mais três meninos, maiores, e começaram a bater no carro com uma arma e pediram para eu abaixar o vidro. Abaixei e a primeira coisa que eles pediram foi a aliança e o celular. Os mais velhos, que estavam com o revólver, foram embora correndo. O mais novo, o primeiro que me viu, ficou me xingando e pediu o relógio e a carteira. Mas aí o sinal abriu e o carro de trás começou a buzinar. Fechei o vidro e saí com o carro”, relembra.
Ao relatar o caso em uma rede social, Marília percebeu que seu caso era um entre dezenas. Quase sempre as vítimas eram mulheres sozinhas nos carros. A fisioterapeuta Bárbara Bernardo já sofreu cinco tentativas de assalto no mesmo trecho da Avenida Agamenon Magalhães, com as mesmas características: jovens que fingem vender pipoca e tentam assaltar mulheres ao volante. A mais recente foi há três semanas. “Sempre são meninos de no máximo 16 anos. Eles colocam a mão embaixo da camisa, fingindo ter uma arma, e outras vezes eles ficam batendo no vidro. A última vez foi com uma arma de brinquedo”, conta Bárbara.
Após cinco tentativas de assalto, ela já conseguiu perceber a atuação dos assaltantes. “O esquema deles é bem organizado. Fica um na altura do sinal, como se fosse um pedestre, mas que é o olheiro. Outros dois ficam vendendo pipoca. Desta última vez foi muito nítido que tinha um olheiro, porque eu estava bem ligada.”, afirma. “Eles atacam mais mulheres. Teve uma vez que eu fui atrás de uma viatura da PM que ficava (e não fica mais) depois do Viaduto Capitão Temudo. Contei para os policiais o que tinha acontecido e eles disseram que não tinha muito o que fazer, porque eram todos menores de idade. Eles podiam até fazer a apreensão, mas depois os meninos voltavam a assaltar”, contou.
Quatro adolescentes detidos na semana passada
Em nota, a Polícia Militar afirmou ao Diario que quatro adolescentes, que se passavam por pipoqueiros, foram apreendidos na sexta-feira passada (três dias antes do assalto relatado no início desta matéria) assaltando na Av. Agamenon Magalhães. A polícia chegou até eles após uma mulher ter sido assaltado em um sinal da avenida. Os jovens levaram celular e relógio da vítima. Os quatro adolescentes, com idades entre 15 e 17 anos, foram encaminhados à Funase.
Sobre o policiamento da área, a PM informa que “dispõe de uma viatura que fica em ponto fixo, na altura do banco Itaú, uma viatura da patrulha do bairro, um trio de motopatrulhamento, fazendo rondas ostensivas contra os bandidos nos engarrafamentos, e a viatura do GATI ( grupo de apoio tático itinerante ) que dá suporte necessário quanto acionados a intervir na fuga para as comunidades do Coque e Coelhos quando preciso.”
A PM orienta que as vítimas façam o registro da ocorrência na delegacia e liguem para o 190. O batalhão ainda dispõe de números de telefones para que as pessoas denunciem ou repassem, diretamente, informações sobre os assaltos: 3181-1791 e 9488-5722.
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Foto: Blenda Souto
>Do Diario de PE
>Via Dep. de Jorn. da Orobó FM, (Eraldo Albuquerque -Orobó; Terça, 21 de Abril de 2015 -21h40m)
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